Como anda sua inteligência emocional? Entenda com a ajuda de uma psicóloga

Habilidade é essencial no âmbito pessoal e profissional

Em um mundo cada vez mais acelerado, exigente e cheio de desafios, o domínio das emoções se tornou uma competência tão fundamental quanto a formação técnica ou acadêmica. É nesse cenário que a inteligência emocional ganha destaque como uma habilidade crucial para o bem-estar, a qualidade dos relacionamentos e o desempenho no trabalho.

De acordo com a doutora em Psicologia Simone Alves, do curso de Psicologia da Faculdade Internacional da Paraíba (FPB) é a capacidade de reconhecer, compreender e lidar com as próprias emoções e com as emoções das outras pessoas. Isso envolve habilidades como autorregulação, empatia, motivação e competência social.

No dia a dia, dentro ou fora do ambiente profissional, ela se revela quando conseguimos manter o equilíbrio diante de situações difíceis, como conflitos, críticas e mudanças, ou quando acolhemos nossas emoções sem sermos dominados por elas e conseguimos escutar o outro com abertura genuína.

Como identificar?

Segundo Simone, pessoas com inteligência emocional costumam demonstrar autoconsciência — ou seja, sabem nomear o que estão sentindo e por que estão sentindo — e conseguem regular suas emoções, mesmo em momentos de tensão. Também têm empatia, escutam sem julgar e conseguem se colocar no lugar do outro. “São pessoas que buscam resolver conflitos com diálogo, e não com reatividade. Outro traço importante é a capacidade de aprender com os próprios erros e de lidar com críticas sem se desestruturar emocionalmente”, detalha.

Em contrapartida, quando essa habilidade está pouco desenvolvida, os sinais se tornam evidentes, mas de forma negativa. “É comum que a pessoa se irrite facilmente, tenha dificuldade de escutar o outro, reaja de forma impulsiva, fuja de conversas difíceis ou não consiga nomear o que está sentindo. A rigidez emocional, a negação de sentimentos ou a tendência a projetar nos outros suas próprias angústias também são sinais importantes de alerta”, frisa a especialista.

Formação desde a infância

Apesar de muitos adultos buscarem desenvolver a inteligência emocional já na vida madura, esse é um processo que deve começar desde cedo. “Na infância, a criança está aprendendo a nomear suas emoções, lidar com frustrações e desenvolver empatia. Famílias e educadores têm um papel essencial nesse processo. Práticas importantes incluem validar os sentimentos da criança (sem dizer, por exemplo, que ‘não é pra sentir isso’), ensinar a dar nome às emoções, modelar comportamentos de escuta e respeito nas relações cotidianas e criar um ambiente afetivamente seguro, onde a criança se sinta acolhida mesmo quando erra. Histórias infantis, jogos cooperativos e conversas sobre os sentimentos do dia também são estratégias simples, mas muito eficazes”, explica a docente da FPB.

Lidando melhor com conflitos e estresse

Uma das maiores contribuições da inteligência emocional é o impacto positivo na forma como lidamos com conflitos e situações estressantes. “A inteligência emocional funciona como um filtro entre a emoção e a ação. Ao reconhecermos o que sentimos — como raiva, medo, tristeza, frustração —, podemos escolher como agir, em vez de reagir impulsivamente. Isso permite que enfrentemos conflitos de forma mais madura, buscando escuta, negociação e empatia. Frustrações fazem parte da vida, e pessoas emocionalmente inteligentes conseguem ressignificá-las como parte do processo de crescimento. Já em situações de estresse, essas habilidades favorecem o autocuidado, a busca por suporte e a tomada de decisões mais conscientes. Em resumo, a inteligência emocional nos permite permanecer conectados com nós mesmos e com os outros, mesmo em momentos de crise”, reforça a psicóloga.

O papel da psicoterapia

Para quem deseja desenvolver a inteligência emocional em qualquer fase da vida, a psicoterapia pode ser um caminho potente e transformador. “A psicoterapia é uma ferramenta fundamental para o fortalecimento da inteligência emocional. Ela proporciona um espaço seguro de escuta e reflexão, onde a pessoa pode se conhecer melhor, compreender suas emoções, identificar padrões de comportamento que causam sofrimento e desenvolver novas formas de lidar com os desafios da vida”, reforça a psicóloga. “Qualquer pessoa pode se beneficiar da psicoterapia. Não é preciso estar em crise para buscar esse cuidado. Na verdade, quanto mais nos conhecemos, mais chances temos de construir uma vida com sentido, equilíbrio e bem-estar emocional”, conclui Simone Alves.